domingo, 6 de setembro de 2009

Amália Hoje - A Gaivota

Deixo-vos aqui...que é um Projecto de Nuno Gonçalves (The Gift), Fernando Ribeiro (Moonspell) e Paulo Praça.
Vão estar dia 2 no CAE na Figueira da Foz

Os limites….



É uma das questões mais faladas pela humanidade! Qual é o limite de um ser humano?

Eu disse há uns dias num blog aqui perto que as pessoas são ilimitadas dentro dos seus limites. Afirmei-o!

Contudo reconsidero, e vou afirmar algo totalmente diferente!

Pessoas normais em condições normais NÃO TÊM LIMITES! Não têm limites, para além dos limites temporais, entre o seu nascimento e a sua morte.

Explico:

Eu, há uns anos atrás tive um severo esgotamento, aliás, um estado depressivo que durou vários anos.
Nunca tive o porquê de esconder isto de ninguém. Assumo-o É a história da minha vida e não tenho medo de falar sobre isso ao contrário de muitas pessoas.
É o meu “EU”!
No dia que tomei consciência do meu problema, afirmei junto da minha família, que iria sem sombra de dúvida alguma curar-me, demorasse 1 dia ou 10 anos. Não foi um dia mas tb não foram 10 anos.
Contudo, foi um pouco mais difícil do que esperado! Com o esgotamento, veio também uma doença chamada Fobia Social ( estima-se que 14% da população mundial sofra disto), que veio em muito atrasar esta recuperação, que durante muito tempo não soube que tinha!
Este foi o maior desafio da minha vida! Foi a “Mein Kaft”.
Durante este tempo, a minha percepção da realidade ficou completamente alterada e sujeitei-me a um auto-infligido ostracismo, por não conseguir interagir devidamente com o mundo.
E claro ser FS exponenciou para pior esta situação.
Posso-vos dizer que introduz algumas noções de barreiras pessoais, muito complicadas de serem geridas para quem mentalmente não seja bem estruturado.
Eu há uns anos ainda no liceu, por volta do 7ºano, pelo facto de ser muito activo, fui visto por um psicólogo e em que realizei uma série de testes, e em que um dos resultados foi que eu conseguiria tudo a qe me propusesse, e que reunia as condições para faze-lo. Isto é quase 100% verdade! Não entrei em medicina por 3 décimos – décimo, décimo primeiro e décimo segundo – mas foi por pouco.
Mas consegui o curso que sempre quis tirar.

Mas isto porquê?

Todo o meu percurso de procura de uma melhoria, perante a doença, foi feito totalmente por mim. Ao longo deste processo, todos os passos que dei foram feitos sempre na procura da cura. E sempre afirmei que chegaria onde achava que deveria estar! E cheguei!
Em momento nenhum, pensei em limites como definitivos.
Quando adoeci, procurei ajuda, quando vi que não estava a melhorar mudei de médico. E quando percebi que claramente que o que se passava não era lógico pesquisei e descobri-me: Era FS.
Ou seja, todo o meu percurso durante a doença, nunca foi conscientemente, de me fazer uma vítima, e de pensar que todo o mundo está contra mim e que me está a atacar. Nunca cultivei um narcisismo doentio de pensar que era o centro do universo, e que tudo era relacionado comigo ou contra mim.
Procurei sim ir recorrendo aos melhores para ficar melhor.
Um dos problemas das pessoas que passam por isto é o factor “coitada de mim”.
Eu, em alguns momentos, questionei-me sobre o facto de estar nesse estado. Contudo, a meu ver, e hoje tenho a certeza absoluta que estava certo por não me rever neste facto!
Uma atitude, proactiva sobre o problema é o único passo possível. Durante alguns anos, andei sem saber que era FS, mas dentro do período que precedeu ao facto de ter descoberto que era AS (descobri por mim próprio), nunca deixei de procurar em melhorar e de andar em frente. Neste período acabei o curso, mais tarde avancei com a especialização e a trabalhar.
Ou seja , doente, a estudar, e a trabalhar.
Posso dizer que foi algo muito complicado e quem acompanhou sabe disso, mas não foi o suficiente para desistir, nem para baixar os braços.
Jamais!
Ao longo desta fase após pesquisa descubro que tenho FS. Algo que para alguns é catastrófico! Para mim foi um alívio. Porque percebi-me! Enquadrei-me!
Passo seguinte, claro está, foi marcar consulta com “maior da aldeia” neste assunto.
A partir daí, se antes ainda equacionava barreiras, agora nem pensar.
Venci doença prolongada, curei-me, e mesmo, quando doente segui a minha vida para a frente.
E a prova disto é que ao longo deste processo fui ajudando algumas pessoas com FS, e as que seguiram os meus conselhos, alguns dos meus passos, e me ouviram, hoje estão bem e felizes. E essa felicidade que elas vivem, deixa-me feliz porque contribui de uma forma decisiva para isso. O que me leva a concluir que o caminho por mim trilhado foi o correcto.
Pode parecer que caio numa pseudo-arrogância e um narcisismo atroz, mas posso afirmar, que até hoje, não me vi limitado definitivamente em nada.
Tudo a que me propus consegui (situações que dependam só de mim e não também de terceiros)!
“Vini, vidi, vinci”, ou seja, ultrapassei os obstáculos, alcancei as minhas metas, e venci-as.

Por isso afirmo que pessoas normais em situações normais por factores endógenos não têm limites, por factores exógenos já tenho que aceitar.