segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

...carne artificial...o que nos espera...

Ainda ninguém provou o produto, mas daqui a cinco anos poderá estar à venda nos supermercados carne artificial. Ou seja: carne criada em laboratório, não proveniente de nenhum animal morto. Os defensores dos direitos dos animais já vieram saudar os resultados da investigação. Resta saber se a carne é saborosa.
Os cientistas extraíram células musculares de um porco vivo e colocaram-nas numa solução de produtos animais

Investigadores holandeses criaram um produto descrito como um pedaço húmido de carne de porco e estão agora a investigar outras maneiras de melhorar o tecido fibroso comestível que, no futuro, se espera que as pessoas venham a adquirir.

Os cientistas extraíram células musculares de um porco vivo e colocaram-nas numa solução de produtos animais. As células multiplicaram-se e criaram tecido muscular. A partir deste resultado é possível criar produtos semelhantes a bifes, caso seja possível desenvolver uma maneira de “exercitar” o músculo.

Os grupos vegetarianos já vieram louvar a iniciativa, afirmando que não colocam qualquer “objecção ética” se a carne não tiver origem num animal morto, escreve o “Telegraph”.

A organização de defesa dos animais Peta - conhecida pelas suas campanhas contra o uso de peles de animais na confecção de roupas - já veio dizer que não levanta qualquer objecção.

A Vegetarian Society indicou, porém, que “a grande questão será garantir que as pessoas estão a comer carne artificial e não carne de animais que foram mortos”. “Será muito difícil etiquetar e identificar a carne, de uma maneira em que as pessoas se sintam seguras”, vaticina o grupo.

Mark Post, professor de fisiologia na Universidade de Eindhoven, indicou ao “Sunday Times”: “Aquilo que temos neste momento é um tecido muscular enfraquecido. Precisamos de encontrar uma maneira de o melhorar, esticando-o e moldando-o, mas nós chegaremos lá”.

“Este produto será bom para o ambiente e irá reduzir o sofrimento animal. Parece mesmo carne, as pessoas irão comprá-lo (...) É possível tirar a carne a um animal e criar o volume de carne anteriormente fornecido por um milhão de animais”, esclareceu Mark Post.
O projecto é apoiado pelo governo holandês e por uma marca de enchidos e surge depois da criação de filetes artificiais a partir de células musculares de peixes.

A carne produzida em laboratório poderia evitar a emissão de gases de efeito de estufa para a atmosfera que resulta da criação de gado.

Estima-se que o consumo de carne e de produtos lácteos possa duplicar até 2015 e que o metano que se liberta durante as actividades relacionadas com a criação de gado seja responsável por 18 por cento dos gases de efeito de estufa lançados para a atmosfera

in Público

2 comentários:

Nirvana disse...

Parece-me que sou capaz de continuar com a soja e o tofu!!
Não, não sou vegetariana, mas não ando muito longe. Raramente como carne vermelha, principalmente carne de vaca. Por mim, as vaquinhas andavam todas nos campos até morrerem de velhinhas. Mas pelos vistos, isso também é prejudicial.
Em relação a estas "inovações", acho que, a ser assim, não seria mau. Até porque se for possível "tirar a carne a um animal e criar o volume de carne anteriormente fornecido por um milhão de animais", não será possível também fazê-la chegar a mais pessoas?
Resta-nos esperar e ver. Claro que poderá haver alguma resistência à ideia, mas a ciência evolui. De certeza que quem usou pela primeira vez a penicilina não tinha a certeza absoluta dos seus efeitos.
Bjks

Margarida disse...

Consigo imaginar-me a comer carne artificial, porque não? Só de pensar que isso irá poupar a vida a tantos animais e que irá ser benéfico para a nossa Terra, só peca em tardar.