segunda-feira, 8 de junho de 2009

Páginas…


Todos os dias, uma. Que tentamos escrever com sucesso. Com isso elevamos a fasquia…

O fracasso de hoje leva-nos, muitas vezes, ao sucesso de amanhã. Ou pelo menos a tentar de novo, e de novo, e de novo... (alguns são levados à desistência, serão os tais fracos, de que não reza a História). Desistir, é também o acto resultante de; não querer continuar. Mas só fará sentido enquanto primeira escolha. Não quando nos é ‘imposto’ em consequência de um resultado menos bom. E aqui devemos assumir o – NÃO QUERO!!! – E como tal, o referido – desisto. - Mas assumi-lo com frontalidade, com sinceridade. Primeiro para nós, depois para quem gosta de nós.
Em muitas das páginas que escrevemos no livro da nossa vida, estão registados sucessos que ajudámos alguém a alcançar. É, enfim, um sucesso também nosso. É a Vida em todo o seu pleno sentido. Porem, também fracassamos na ajuda. (mal entendido pela nossa parte, disponibilizamos algo de nós, quando o esperado é uma outra qualquer coisa muito diferente). Falhas/erros de comunicação.
Às vezes a vontade, o desejo de ajudar alguém a vencer, cega-nos. E relegamos para segundo plano, ainda que apenas temporariamente, certas coisas, certos afazeres, em função desse nosso objectivo que é ajudar! Não se trata de esquecer, de negligenciar, aquilo que igualmente nos realiza, nada disso, mas sim de restabelecer prioridades.
Ora, de tão empenhados que estamos, é normal que nos ocorram actos incorrectos, decisões erradas, comportamentos precipitados, como resultado de algumas atitudes, semelhantemente incorrectas, erradas, precipitadas, por parte do ‘objecto’ da nossa ajuda.
Terei borratado algumas dessas páginas que escrevi? – Sim. Sem duvida. Embora sempre por excesso e nunca por defeito, não deixa de ser um borratão. Se disse e fiz asneiras nesses processos de ajuda? – Com certeza. Sim. Apesar de considerar ser por consequência da manifesta ingratidão. Não a ingratidão pela ausência do – muito obrigado! - De todo! Não quero tal! Refiro-me à ingratidão do desrespeito. Houve um café, que tantas vezes deixei de tomar, para que outro café pudesse ser conversado. Houve jantares que adiei, para que outros jantares pudessem acontecer. Houve trinta ‘sim’ como resposta para a um café, um jantar, um cinema, um passeio, a todo um sei lá de convites, que se concretizaram quase sempre… num não, muitas vezes dito em cima ou depois da hora marcada! Enfim, de que vale agora enumerar situações semelhantes? Quem ganhou, ou quem ganha com estes desfechos? Pois é… a pergunta não é quem, mas sim o que se... e a resposta que às vezes parece tão obvia (não se ganha NADA), afinal não é assim tão obvia… a lição devemos nunca perder.
Penitencio-me por alguns comportamentos. Não os vou esquecer para não os repetir. Não vou sequer esperar que façam o mesmo. A minha vontade era de que, no final, apenas subsistisse a verdade. Só a verdade.
Faço o luto destes acontecimentos no meu peito e na minha mente. Durante quanto tempo, é comigo. Contudo, o meu desejo final é que, ainda que os maus momentos nos fiquem na memória, os bons momentos e o bem que eventualmente nos possamos ter feito, nos fiquem no coração.
Páginas… virar umas para podermos escrever outras!

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